quarta-feira, 26 de outubro de 2016

ELETIVIDADE E SELETIVIDADE


Dizem que política, futebol e religião não se discute. Mas por que não se pode discutir - no meu ponto de vista deveria ser DEBATER – nenhum dos três tópicos? Será que não há campo para o debate? Claro que sim, desde que com bom senso e razoabilidade.

Vou abstrair deste assunto o tema religião, para focar neste momento apenas na POLÍTICA e no FUTEBOL. Pois são dois assuntos que no bojo de seu debate, envolvem paixões. De um lado uma paixão construída por formações de opiniões antagônicas e de ideias deliberadamente plantadas para o prevalecimento de teses e, de outro lado uma paixão de torcidas as vezes cegas e apaixonadas, que mesmo vendo erros sendo cometidos, desde que a favor de seu time, não pratica nenhum “fair play” de torcedor. Cito como exemplo, a declaração do então goleiro Felipe, que defendia o Flamengo, logo após o fim de um jogo contra o Vasco, onde seu time ganhara o jogo e fora campeão graças a um lance irregular, afirmando o seguinte: “- Estava impedindo, né? Roubado é mais gostoso.”

Outro exemplo recente foi uma declaração apaixonada de um jogador do Sport, ao fim do último jogo contra o Palmeiras. Após o jogo, o volante Rithely declarou, sem se preocupar em medir palavras, que o Palmeiras perdeu o jogo apenas por causa do erro do árbitro que apitara o jogo, deixando de marcar um pênalti claro contra o Palmeiras. Veja mais no vídeo abaixo:


Certamente o jogador será punido por suas declarações. Mas imaginem esta situação. Um jogador é punido porque expressou sua revolta após uma partida em que seu time foi claramente prejudicado. Mesmo os Tribunais Desportivos tendo o recurso dos vídeos para aferir a legalidade ou não da jogada. Nem falo em reverter o resultado. Mas punir um atleta, que se dedica a semana inteira com treinamentos, viagens, desgastes etc. e vê tudo isso sendo colocado a perder por culpa de erros de um árbitro, é um pouco radical. Ou até mesmo um clube que investe na montagem e formação de um time para tentar ser campeão e, por erros do árbitro, seu título lhe é tomado. Talvez nenhum Tribunal reconheça a existência de erros da arbitragem para não gerar nenhuma jurisprudência, mas punir um jogador que declarou algo, mesmo que incisivamente após uma partida que notadamente houve injustiça, creio que seja cometer um erro duas vezes.

Outro exemplo de atuação ARBITRAL ou ARBITRÁRIA, se dá com relação à Juízes. Muitos erros e injustiças são cometidos por causa da tal “COGNIÇÃO SUMÁRIA” de muitos Juízes. 

Nosso JUDICIÁRIO tem agido em um movimento pendular:

DE UM LADO DE FORMA ELETIVA, E DE OUTRO DE FORMA SELETIVA.


Primeiro eles ELEGEM quem eles querem PUNIR. Depois, no bojo da garimpagem das investigações eles SELECIONAM quem DEVE e quem NÃO DEVE ser punido.
Quando aparece uma voz fora do JUDICIÁRIO tecendo críticas, ou botando a “boca no trombone” por causa dos excessos do JUDICIÁRIO, o que fala mais alto é o CORPORATIVISMO da categoria.

A Presidente do STF, Ministra Carmem Lúcia, por conta das declarações de Renan Calheiros, com relação à intervenção do JUDICIÁRIO no Legislativo, baseando em uma ação de um Juiz que notoriamente não tem competência instancial, para assumir tal ação, que deveria partir do STF, declarou:

“Não é admissível aqui, fora dos autos, que qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado. Como eu disse, onde um juiz for destratado, eu também sou. Qualquer um de nós juízes é.

Ou será que ele não poderia sair em defesa de seus pares, mesmo que fosse para defender seus pontos de vistas, Legais ou não, ou para proteger quem ele representa?
Será que chegamos a um regime de exceção tamanho, que uma pessoa não pode defender seus pontos de vista, dar suas declarações afirmando ser contra ou a favor de algo, ou mesmo criticando atitudes, como fez Mônica Iozzi, que foi processada por criticar a atitude de Gilmar Mendes?

Ou a deste senhor, um anônimo, que criticou abertamente o Juiz Sérgio Moro durante uma palestra que estava sendo dada pelo Juiz:

Ele finalizou utilizando uma frase do próprio Juiz que afirmara ser o SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO PODRE. Então questionou: 

“SE O SISTEMA POLÍTICO É PODRE, POR QUE APENAS UM PARTIDO É RESPONSÁVEL POR TODA A CORRUPÇÃO EM NOSSO PAÍS?”

Mas, o Juiz não respondeu.






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