terça-feira, 15 de novembro de 2016

Por que a República foi proclamada no Brasil em 1889?


O Brasil, desde seu “achamento”, passou por 4 fases políticas: 

Foi COLÔNIA, REINO, IMPÉRIO, E REPÚBLICA.


O processo de emancipação do Estado brasileiro começou com as Guerras Napoleônicas. Devido ao alinhamento que tinha com a Inglaterra, e ameaçado de ser subjugado por Napoleão, a Corte Portuguesa se transferiu para o Brasil em 1808. Na condição de Reino, muita coisa foi mudada no país, principalmente a ação do Imperador D. João VI de abrir nossos portos para as nações amigas, permitiu a instalação de fábricas, fundou o Banco do Brasil, deixando inúmeras marcas, ajudando a consolidar e alçar o Brasil à uma condição de Estado moderno.

Mas a situação na Metrópole se deteriorava, e seus súditos pressionavam para que D. João VI voltasse para Portugal. D. João voltou para Portugal em 1821, e deixou seu filho Pedro de Alcântara, como Príncipe Regente no Brasil, mas os ideais libertários – houve na Cidade do Porto uma Revolução Constitucionalista (Revolução Liberal Portuguesa de 1820) e a pressão da Corte Portuguesa, que queria ver o Brasil novamente rebaixado à condição de Colônia de Portugal, plantaram na antiga Colônia, então Reino, os ideais da sua libertação de Portugal.
O processo de independência se iniciara em Janeiro de 1822, com o famoso “Dia do Fico”, pois o então Príncipe Regente, pressionado pela Corte Portuguesa a voltar para Portugal, que queria ver sua maior possessão retornar à condição de Colônia, pois o Brasil estava se tornando um país incômodo, com seu crescimento, desenvolvimento e relativa "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico".
independência da Corte.  Os Liberais Radicais, unidos ao Partido Brasileiro, reuniram mais de 8 mil assinaturas para pressionar o Príncipe-regente a ficar no Brasil. Então, ele declarou:

Tal decisão incomodou muito a Corte Portuguesa, que pressionou muito o Brasil, enviando cada vez mais tropas para impedir levantes populares que pudessem culminar em alguma separação de Portugal. Então, em 7 de setembro de 1822, Dom Pedro de Alcântara declarou a independência do Brasil do Reino de Portugal, e se tornou o primeiro Imperador do Brasil, D. Pedro I. Em 1824, promulgou a Primeira Constituição Brasileira. Mesmo Regente do Império ele ainda era o primeiro na sucessão da Coroa Portuguesa. O Primeiro Reinado durou até 1831, quando teve de abdicar à Coroa Brasileira para voltar para a Metrópole e assumir o Reino de Portugal, com a morte de seu pai, e a disputa pelo trono com seu irmão, D. Miguel.

A situação política no Brasil estava muito delicada, pois no início, D. Pedro teve que lutar contra a resistência portuguesa em diversas Províncias, depois implantou a Assembleia Constituinte para iniciar os trabalhos de elaboração da Constituição Nacional. A Assembleia deixou claro que votaria uma Carta restringindo os Poderes Imperiais, mas antes de ser aprovada, o prédio da Assembleia foi cercado pelo Exército e, por determinação do Imperador, a mesma foi dissolvida. E a Constituição foi elaborada por Juristas de confiança do Imperador.

A Constituição de 1824 foi outorgada, trazendo uma novidade: o PODER MODERADOR, exercido unicamente pelo Imperador, que poderia fiscalizar e vetar atos dos outros três Poderes.

Devido a seu autoritarismo, o Imperador foi muito criticado e inúmeras revoltas se levantaram por todo o Brasil, como a Confederação do Equador, a Revolução Farroupilha. A pressão tanto interna quanto externa aumentar muito, pois o Imperador tomava muitas medidas impopulares e autoritárias, causando um descontentamento geral. Sua ida para Portugal, abriu caminho para que seu filho assumisse o Trono no Brasil. Mas o herdeiro do trono ainda era menor de idade. 

Foi então inaugurada uma nova fase do Império: O PERÍODO REGENCIAL.

Como D. Pedro II tinha pouco mais de 5 anos quando seu pais abdicou do Trono, foram estabelecidos três tipos de Regência para governar o país neste período, Por um curto período de dois meses, foi estabelecida uma Regência Trina Provisória, logo substituído pela Regência Trina Permanente, que foi substituída entre 1831 e 1840 pela Regência Una do Padre Diogo Antônio Feijó, e Regência Uma de Araújo Lima. José Bonifácio atuou como um tutor, nomeado pelo Imperador D. Pedro I.

Diogo Antônio Feijó exerceu um governo com inspirações liberais, mas pressões políticas e sociais o obrigaram a renunciar. Araújo Lima foi um conservador, centralizando o Poder em suas mãos, mas foi veemente atacado pelos Liberais. Os Liberais só TOMARAM O PODER, APÓS DAREM O GOLPE DA MAIORIDADE POLÍTICAos Liberais agitaram o povo, que pressionou o Senado a declarar o jovem Pedro II maior de idade antes de completar 15 anos.

Para auxiliar o novo imperador do país, foi instaurado o Ministério da Maioridade, de orientação liberal. Liderados por grandes proprietários de terras e escravos que viam com desconfiança o processo de descentralização político-administrativa iniciado pelas autoridades do Período Regencial. Por outro lado, as revoltas sociais que surgiram em diversas províncias espalhadas pelo Brasil, exigiam alguma medida que garantisse a ordem e a paz social. Para eles, somente o restabelecimento de uma autoridade monárquica conteria os excessos dos poderes locais e apaziguar as dissensões.

Com o GOLPE DA MAIORIDADE(1840), deu-se o início do SEGUNDO REINADO. A economia do Brasil, girava ainda em torno da agricultura. O café substituiu a cana-de-açúcar como nosso principal produto exportador, levando nossa agricultura a apresentar uma expansão de 900%. A falta de mão-de-obra, em consequência da libertação dos escravos foi contornada com a vinda de centenas de milhares de imigrantes italianos, portugueses, alemães, etc. Permitindo assim que o país desenvolvesse uma base industrial e se expandisse para o interior.

D. Pedro II construiu uma grande malha ferroviária e rodoviária no Brasil. Nossa Marinha de Guerra chegou a ser a quarta maior do mundo. A força de trabalho escravo ainda se manteve por um bom período, mesmo com a proibição, mantendo-se até 1888, com a proclamação da Lei Áurea. Por pressões internas e externas, principalmente da Inglaterra, o tráfico negreiro decaiu muito neste período. E também por pressão dos cafeicultores paulistas, que preferiam a mão-de-obra assalariada dos imigrantes.

A partir de 1870 os movimentos pró republicanos cresceram exponencialmente no Brasil. Até que em 15 de novembro de 1889, um GOLPE MILITAR destituiu o Primeiro-ministro Visconde de Ouro Preto. Por pressão de Republicanos como BENJAMIN CONSTANT, o Mal. Deodoro da Fonseca – mesmo acamado(alguns historiadores dizem que ele estaria com diarreia) – proclamou a República e mandou a Família Real de volta para Portugal.

Mas o que contribuiu para a queda da Monarquia e ascensão da República?

Diversos fatores, tais como a insatisfação da elite agrária, descontente com a abolição da escravatura, sem indenização para os proprietários rurais. Um descontentamento de cafeicultores paulistas que utilizavam apenas mão-de-obra dos imigrantes europeus. Um descontentamento dos militares do Exército, que entendiam que o Imperador prestigiava mais a Marinha, em detrimento do Exército. Além do grande prestígio alcançado pelo Exército com a vitória na Guerra do Paraguai, dando aos representantes do Exército muita relevância política, pois a ascensão ao oficialato deu muito prestígio a jovens de classe média e populares que ingressaram no Exército. Ao mesmo tempo, instituições militares sofreram influência dos “pensamentos positivistas”, onde se defendia a “ORDEM”, como meio de alcançar o “PROGRESSO”. A vitória na Guerra elevou o moral dos militares do Exército, dando a eles uma maior sensação de Poder, acreditando que seu RIGOR e ORGANIZAÇÃO poderiam ser úteis na resolução dos problemas do país.

Os militares passaram a se opor ao imperador de forma veemente, criticando-o e até repudiando Ordens Imperiais diretamente nos meios de comunicação da época. Os Partidos Republicano e Partido Republicano Paulista perceberam a oportunidade e aproximaram-se dos militares insatisfeitos, preparando assim a situação ideal para o GOLPE QUE VIRIA.

Também as constantes interferências do Imperador nos assuntos da Igreja, que era subordinada ao Estado (quem nomeava os Padres, Bispos ou Cardeais era o Imperador), causou descontentamento no Vaticano, devido a crescente nomeação de Párocos ligados à maçonaria, pois o Imperador era maçom.

Em 1864, o Papa Pio IX resolveu proibir a nomeação de Párocos ligados à Maçonaria, ordem desacatada pelo Imperador, que foi declarado autoritário e infiel pelo Vaticano.,
Mas nenhum dos movimentos libertários tais como Independência do Brasil, e Proclamação da República, contou com o apoio e a participação do POVO. Na realidade o povo apoiava o Imperador.
Aristides Lobo, correspondente do Diário Popular, de SP em sua edição de 18 de novembro daquele ano escreveu sobre a derrubada do Império, uma frase histórica:
“Por ora, a cor do governo é puramente militar e deverá ser assim. O fato foi deles, deles só porque a colaboração do elemento civil foi quase nula. O povo assistiu àquilo tudo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada!”

E, de lá para cá tem disso assim: quase sempre no Brasil as coisas se resolvem através de um #GOLPE. Em 127 anos do regime Republicano, o país elegeu 36 governantes , mas apenas 18 deles via voto popular, e destes 18, somente 11 terminaram seus Mandatos.

A partir de 1930 a proporção foi pior: dos 25 Presidentes, apenas 5 foram eleitos por voto popular e permaneceram até o fim de seus Mandatos – Eurico Gaspar Dutra, Juscelino Kubitschek, Lula, FHC, e Dilma(em seu primeiro Mandato).

Com o recente impedimento da Dilma, ela se junta a outro clube: o dos Presidentes depostos via impeachment ou GOLPE. São eles: Washington Luís, Júlio Prestes, Getúlio Vargas, Carlos Luz, João Goulart e Fernando Collor.

Por estas e outras razões, podemos afirmar que a “A regra no Brasil é o golpe", exceção é ver um governo conseguir governar até o fim.

Proclamação da República do Brasil


Proclamação da República, ato isolado ou fato inevitável?

Só 11 presidentes que o país elegeu terminaram o mandato


Em 90 anos, apenas 5 presidentes democráticos terminaram mandato no Brasil - Jornal O Popular
http://www.opopular.com.br/editorias/politica/em-90-anos-apenas-5-presidentes-democr%C3%A1ticos-terminaram-mandato-no-brasil-1.1084489

Lista de Presidentes do Brasil

Para historiadores, “achamento do Brasil” no caminho das Índias não foi por acaso



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