sexta-feira, 2 de junho de 2017

COMO SERIA A NARRATIVA DA ESTÓRIA DA CHAPEUZINHO VERMELHO NA IMPRENSA?

Interessante esta narrativa do Frei Betto sobre como a mídia contaria a estória da Chapeuzinho Vermelho.

Demonstra de forma bem-humorada, mas não menos verdadeira, em três minutos, sobre como as diversas mídias de nosso país narrariam tal estória.
Trazendo para o mundo real, nossa grande imprensa está LONGE, muito LONGE de parecer-se com uma imprensa independente, imparcial, indagativa, científica, que se embasa em fatos e não em ilações.

Os jornalistas em sua maioria já não saem a campo para observar e narrar os acontecimentos. Ao contrário, eles preferem o conforto de suas mesas para manipular e construir suas histórias (ou estórias).

Ao invés de pegar um fato, trazer luz sobre ele, principalmente atuando no sentido de que seja estabelecido um contraditório, ou seja, que a outra parte seja ouvida, nossos repórteres constroem suas histórias de uma forma distorcida, na maioria das vezes passando despercebido do LEITOR, ou do TELESPECTADOR comum. E isso é um tremendo dolo praticado de forma premeditada.

É aparente a isenção de nossa imprensa - é claro que jornalista é um ser humano e é impossível ser totalmente imparcial, pois todos têm seus conceitos ideológicos e sua visão de mundo pessoal, mas mesmo assim o jornalista não pode abandonar ou simplesmente esquecer essa tão necessária imparcialidade.

As matérias não são pautadas por aquela constante busca do famoso “FURO DE REPORTAGEM”, para no dia seguinte ser estampado nas capas dos jornais, nas chamadas e editoriais das rádios, tevês, revistas e versões eletrônicas: “EXTRA, EXTRA...”

Ao contrário, as matérias são decididas “ao gosto do freguês”, ou de acordo com o “quem paga mais”. Geralmente as pautas vêm prontas para o repórter esmiuçar e transformar em matérias jornalísticas, tratando os fatos muito mais sob uma ótica opinativa, narrativa, do que como fato em si. Uma das mais graves agressões à ética jornalística e à qualidade de informar são justamente a CUMPLICIDADE e a APARENTE IMPARCIALIDADE que nossa imprensa atua.

Não ouvem o outro lado de uma forma honesta, fundamentando tal contraditório numa busca correta da verdade. Ao contrário, se utilizam de artifícios que simulam uma isenção, ou criam uma pseudo imparcialidade. Atuam buscando uma repercussão seletiva dos fatos. Para corroborar suas teses, fazem reportagens com “especialistas” que declaram apenas o que o repórter quer ouvir. Nunca chamam alguém que venha com uma opinião contrária daquele anterior, afim de ouvir opiniões diferentes, mesmo divergentes dos fatos.

Grandes exemplos nós temos visto recentemente. Basta ver alguns fatos, como por exemplo a questão das REFORMAS que este Governo quer fazer passar “goela abaixo” da população.

Nossa imprensa não chama para debate alguém que é contra ou que pensa diferente desta narrativa. Sempre entrevistam pessoas que pensam igual ou que não divergem das teses apresentadas.

Outro grande exemplo de manipulação midiática chama-se Aécio Neves. Por anos a fio – ou décadas – nossa imprensa “poupou” Aécio Neves. De modo que a imagem do Senador, hoje tão decantada, sempre aparecesse como a imagem de um “bom moço”. Ao contrário a imagem do Lula...

Com isso, a NOTÍCIA VERDEIRA ACABA SENDO MORTA, dando lugar às VERSÕES, aos SIMULACROS DE VERDADES (OU PSEUDO VERDADES).


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